sexta-feira, agosto 13, 2004

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Redação do UOL/Foto:UOL.

Tem gente que até hoje não entendeu ou não quis entender a internet... O COB, Comitê Olímpico Brasileiro, negou credenciais para jornalistas do UOL. É um exemplo daquela visão preconceituosa que ainda persiste no nosso meio: jornalistas de web e assessores de imprensa são vistos como "profissionais de segunda categoria".

Notícia da UOL

12/08/2004 - 22h34
COB nega credenciais a jornalistas da Web
Da Redação
Em São Paulo

O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) voltou a desprezar a Internet no credenciamento para as Olimpíadas de Atenas. Assim como fez em 2000, em Sydney, a entidade mostrou critérios dúbios na distribuição das credenciais para a cobertura jornalística das Olimpíadas de Atenas.

Em resposta a correspondência anterior do UOL, o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, diz que a entidade máxima do esporte brasileiro optou por não credenciar sites e portais com o intuito de "atender aos veículos de grande imprensa que tradicionalmente vêm cobrindo os Jogos Olímpicos". Como veículos de "grande imprensa" entendem-se, nesse caso, os órgãos de mídia impressa, que o COB vê como similar aos veículos online para fins de credenciamento.

Ainda segundo a entidade, o número de credenciais de mídia impressa destinada ao Brasil pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) foi praticamente o mesmo que para Sydney-00, quando jornalistas que trabalham nas pontocom tampouco foram credenciados.A assessoria de imprensa do COB não respondeu a consulta do UOL sobre o número exato de credenciais enviadas pelo COI e como se deu a distribuição das mesmas.

A decisão de não credenciar veículos online mostra a falta de entendimento do COB sobre a abrangência, importância e penetração da Internet na sociedade brasileira. Mostra também que o COB ignora as vantagens que a Web oferece ao público como fonte ininterrupta de informação atualizada. A convergência de mídias representada pela Internet, que tem no UOL seu maior expoente no Brasil, não esbarra nas limitações de mídias convencionais, como a falta de espaço para informações, no caso da mídia impressa, ou horário e tempo de veiculação dos programas, caso das emissoras de rádio e televisão.

Mesmo sem habilitação adequada, o UOL, assim como em 2000, não privará o leitor de informações diretas da sede dos Jogos. O UOL trará ao público o ambiente das competições em reportagens diferenciadas dos enviados a Atenas da Folha e da revista Veja, ambos parceiros do UOL.Além disso, mesmo sem a credencial olímpica, o enviado especial do UOL à capital grega comprou ingressos e estará presente nos principais eventos que envolvem atletas brasileiros.

O jornalista obteve de última hora uma credencial para a "Casa Brasil", local de entrevistas dos medalhistas brasileiros.Mas a reedição da situação vivida há quatro anos e a falta de garantias de que os problemas não se repetirão em Pequim, sede das Olimpíadas de 2008, apenas confirmam os problemas de discernimento do COB quanto à necessidade de atender o quanto antes o grande público que busca na Internet brasileira informações sobre o maior evento poliesportivo do planeta. O UOL Esporte é o site de esportes de maior audiência da Internet brasileira.

Segundo o último relatório divulgado pelo Ibope, em junho deste ano, o site soma 1,344 milhão de visitantes únicos apenas acessando por computadores de casa. Esse número, portanto, não inclui as milhões de pessoas que acessam a Web de escritórios, escolas, universidades e outros locais públicos.O relatório do Ibope de junho aponta que há, na Internet, mais de 10,279 milhões de visitantes únicos ativos nos lares brasileiros.

Desses, 6,804 milhões visitaram o UOL naquele mês. A cada 10 pessoas que acessam a Internet a partir de casa no Brasil, pelo menos seis visitam o UOL regularmente.A audiência do UOL Esporte representa 13,31% das pessoas que acessaram a Internet brasileira em junho, alcance maior que o atingido pelas edições de vários jornais brasileiros que, mesmo fundados após o UOL, são considerados pelo COB veículos "tradicionais" e, por isso, cativos no credenciamento.São os casos dos diários "Lance!", lançado em outubro de 1997 (o UOL foi fundado em abril de 1996), e do "Extra", publicação "popular" das Organizações Globo no Rio de Janeiro.

A tiragem média das edições do "Lance!" feitas no Rio e em São Paulo é de 85 mil exemplares. Já o "Extra" teve em maio deste ano, segundo o IVC (Instituto Verificador de Circulação), uma tiragem média de 250.035 exemplares.A exposição dos esportes olímpicos nas páginas do UOL também contrasta com exclusão do portal pelo COB. Desde Sydney-00, quando realizou a principal cobertura da Internet brasileira, o UOL tem divulgado sistematicamente, com entrevistas, páginas especiais, hospedagem de sites oficiais de atletas e bate-papos, praticamente todas as competições das principais modalidades que estarão em Atenas.

Similar americano das Olimpíadas, os Jogos Pan-Americanos também ganharam amplo destaque nas páginas no UOL, que enviou três jornalistas para Santo Domingo, capital da República Dominicana, sede da edição do Pan de 2003. Campeonatos mundiais, torneios pré-olímpicos e ligas nacionais de esportes aquáticos, basquete e vôlei, entre outros, também foram destacados com ênfase nas páginas do UOL Esporte.


http://esporte.uol.com.br/olimpiadas/ultimas/2004/08/12/ult